Uma notícia que não deveria ser notícia, e sim uma atitude corriqueira. Quantos processos não deixariam de entupir nossos tribunais se atitudes assim fossem mais comuns?
Reportagem: Clara Guibourg
Foto: Conny Sillen
Foto: Conny Sillen
The Local - Sweden´s News In English - Suécia
Grace Keyenga, a irmã mais velha de uma menina de 11 anos que foi expulsa de um trem pela cobradora no início desta semana, considera o episódio encerrado.
"Eu a perdôo, e peço que não a demitam", disse ela, ao falar da mulher que decidiu expulsar à força sua irmã mais nova.
"Sei por experiência própria como é difícil levar a vida sem um trabalho, e além disso, acredito que ela já aprendeu a lição. Ela nunca mais fará isso novamente".
Ela sabe que o fato repercutiu enormemente nos meios de comunicação, mas diz que junto com os demais irmãos, ela experimentou situações muito piores em sua terra natal, a República Democrática do Congo. "Comparando com a minha vida no Congo, este é um episódio insignificante", diz.
O incidente que causou uma avalanche de críticas à companhia de trens SJ ocorreu durante uma viagem entre as cidades de Örebro e Gothenburg.
As duas garotas compraram tickets dentro do trem, exatamente da mesma condutora que pouco depois colocou a irmã de Grace, Neema para fora. Ela havia dito a Grace que crianças menores de 15 anos acompanhadas de um adulto não pagavam, portanto, um ticket apenas era suficiente. "A mesma condutora que expulsou minha irmã era a mesma que havia nos dado esta explicação e vendido a passagem apenas algums momentos antes".
Grace havia ido ao banheiro e levado consigo o ticket e, nos dez minutos em que ficou ausente da irmã, a condutora passou por onde estava Neema e solicitou o bilhete ou dinheiro. Como ela não tinha nenhum dos dois, foi deixada logo depois em uma estação da cidade de Kumla.
Depois de uma longa noite atrás da irmã e toda a preocupação se ela estaria bem, às 8h da manhã seguinte Grace finalmente soube que uma mulher havia tomado conta dela.
Com um final relativamente feliz, Grace quer esquecer o acontecido.
"Não quero mais lembrar disso. Encontrei minha irmã, que é minha melhor amiga. Teria sido uma catástrofe para mim se algo tivesse acontecido a ela".
A condutora foi suspensa e, apesar do clamor público, os responsáveis pelos transportes públicos ferroviários preferiram dizer que o infortúnio foi causado pela falta de procedimos mais claros em casos como este.
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