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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sem-teto e viciado em drogas dá a volta por cima


The Punch Team
The Punch

* Livre tradução

Nota: depoimento retirado de um portal australiano...imaginei que países com IDH elevado fossem mais propícios para buscar notícias positivas. Nem tanto. Mas gostei de ver que a manchete principal dos jornais australianos na Internet são as belíssimas fotos do eclipse lunar de hoje, acima de qualquer outra notícia de crise na Europa ou aumento da taxa de juros interna. Por isso, estou colocando-a no início deste post. Talvez algum leitor extraia uma analogia interessante entre o eclipse e o relato abaixo. Chama a atenção também a coloração avermelhada que a Lua atingiu naquele canto de mundo. Infelizmente não vi isto acontecer aqui no Brasil, mas para quem mora no Sul o simples fato de podermos apreciar um eclipse em nuvens já valeu a pena.

*EU ERA SEM-TETO E VICIADO EM DROGAS. ENTÃO, EU ATINGI O FUNDO DO POÇO.

Você nunca me conheceu. Não sabe quem sou. Meu nome é Ian, e por 15 anos fui usuário de drogas. Comecei quando tinha 15 anos. Um traficante apresentou um pacote de heroína a mim e a um colega. Três dias depois, estávamos injetando. O traficante cuidava da gente. Deu-nos um trabalho que consistia em transportar seus pequenos embrulhos - este foi meu primeiro emprego.

Ele e seus colegas traficantes eram os meus modelos de pessoas naquela época. Meu pai era alcóolatra e nos abandanou muito cedo. Minha mãe teve que lutar muito para me criar, além de outras três irmãs. Destas, apenas uma não se tornou também uma viciada.

Morávamos em Blue Mountains quando eu era mais novo. Infância normal. Bicicletas, ar fresco, bons amigos. No entanto, os problemas financeiros obrigaram-nos a mudar dali, e acredito que foi a partir deste momento que saí dos trilhos.

A escola não funcionava pra mim, e eu vivia na companhia dos traficantes. Eu não conhecia outra vida. Passei um tempo dentro e fora da cadeia e das clínicas de reabilitação, às vezes ao relento, vivendo um dia de cada vez. A prisão não se parece nada com o que se vê na TV. Ninguém dá a mínima se você é um viciado querendo sair dessa vida ou não. Apenas lhe dão metadona todas as manhãs, na esperança de mantê-lo quieto. Tão logo conseguisse sair dali, eu retornaria imediatamente para minha antiga vida. Já conhecia os Vinnies, claro, mas não quis ajuda mesmo porque não sabia o que eles realmente poderiam oferecer para me socorrer.

Dizem que você precisa bater no fundo do poço antes de conseguir se recuperar. Eu cheguei lá no dia em que decidi dirigir um carro em alta velocidade e sob influência das drogas. Minha filha de 14 anos estava do meu lado, no banco da frente.

Realmente não me recordo do que aconteceu, mas capotamos o carro, provavelmente umas quatro ou cinco vezes. Acordei no hospital com costelas e clavícula quebradas e um pulmão perfurado. Eu me recordo  dos socorristas atendendo minha filha no local do acidente, mas perdi a consciência e só a recobrei alguns dias depois. Ao despertar, fiquei sabendo que minha filha estava viva, mas gravemente ferida.

Decidi que era hora de mudar, e foi aí que os Vinnies entraram. Eles não me julgaram. Apenas me deram a mão no momento em que precisava. Comida, abrigo, mobílias...Apresentação das instalações para reabilitação. Ajudaram-me a obter moradia e emprego no longo prazo. Mostraram-me o que eu poderia fazer e como obter ajuda.

Deram para mim e minha filha um lugar para morar, um lar especial para pais com filhos. Nós amamos o lugar. Era seguro e tranquilo, e minha filha realmente apreciou a camaradagem dos funcionários bem como o suporte que estávamos recebendo. Eu trabalhei duro naqueles dias com um conselheiro pessoal, abandonando a metadona e recuperando minha vida. Aprendia o básico: como pagar faturas, como abrir uma conta em um banco ou escrever uma carta. Eu estava fazendo planos para o futuro.

Estou limpo, já há mais de 2 anos e 8 meses. Minha filha mora comigo e é representante de classe no grupo do conselho escolar. Ela está bem. Nós estamos bem. Ela ainda carrega as cicatrizes que causei, mas estamos felizes e eu a amo muito.

Nós conseguimos. Hoje sou uma pessoa diferente. E isto porque  os Vinnies e programas como Matthew Talbot Homeless Services estavam lá  me dando suporte, conduzindo e me ajudando no momento em que mais precisei. [...]

Atualmente estou trabalhando e também ajudando pessoas que, assim como eu, estão tentando reconstruir suas vidas novamente. Sinto-me capaz de ajudar porque já estive lá. Não fazemos julgamentos, às vezes a vida apenas descarrega em você.

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