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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Milhares de pessoas doaram dinheiro a americana alvo de bullying



Reportagem: Público
Foto: Jamie Germano/AP
Público

* Reportagem resumida

Mais de seis milhões de pessoas viram o vídeo intitulado “Pôr a monitora do autocarro [ônibus] a chorar”. Nas imagens os rapazes apelidam constantemente Karen de “gorda” e “suada”, dizem que ela vai morrer de diabetes, fazem ameaças sexuais e dizem ainda que ela não tem família porque se mataram todos "por não quererem estar ao pé" dela. Um comentário que assume contornos ainda mais cruéis tendo em conta que um filho da norte-americana se suicidou há dez anos.

A mulher, com uma experiência de 23 anos como monitora, consegue passar os 10 minutos sem reagir com agressividade, apesar de um dos rapazes chegar a tocar no braço, para gozar com a sua gordura. No entanto, não consegue evitar de chorar.

Assim que soube da Karen Huff Klein e do que lhe aconteceu, tive de criar uma angariação de fundos para esta simpática senhora”, escreve Max Sidorov, no seu perfil do site Indiegogo.com, onde se podem criar projectos de angariação de dinheiro público doado pela Internet.

O norte-americano criou uma página chamada Vamos dar a Karen – A monitora do autocarro – H Klein umas férias!. “Vamos dar à Karen umas férias de uma vida, vamos mostrar-lhe o poder da internet e quão boas e generosas as pessoas podem ser.”

O pedido tinha como objectivo angariar 5000 dólares (3985 euros). Mas, desde há quatro dias que 29.437 pessoas deram ao todo 637.733 dólares (508.335 euros). A angariação vai continuar até 20 de Julho, mas a história já correu mundo.

O vídeo não teve só impacto na angariação de fundos. Todas as atenções foram postas em Rochester, um bairro de Greece, cidade com 100.000 pessoas no estado de Nova Iorque. As moradas e os nomes de alguns dos rapazes vieram a público. Robert Helm, pai de um dos alunos, pediu desculpas pelo comportamento do filho. “Isto não é a forma como eu criei os meus filhos. Nem nos meus piores sonhos pensaria que seriam capazes disto”, disse numa entrevista à televisão.

[...] A CNN conseguiu obter pedidos de desculpa por escrito de dois dos adolescentes para serem lidos e transmitidos à mulher. “Sinto-me realmente mal pelo que fiz”, dizia uma das notas, atribuída a Wesley Helm. “Quem me dera nunca ter feito o que fiz. Se isso acontecesse a alguém da minha família, como a minha mãe ou a minha avó, ficaria realmente zangado com as pessoas responsáveis.”

Karen Klein respondeu a estes pedidos de desculpa dizendo que preferia que tivessem sido escritos directamente para ela. Numa entrevista à NBC a mulher falou da resposta que obteve: “Recebi estas cartas simpáticas, emails, mensagens de Facebok”, disse. “É… uáu. Existe todo um mundo lá fora que não conhecia. É fantástico.”

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